domingo, 15 de setembro de 2013

Dia dos senhores

Cometer, sejam erros ou acertos, com garantia de vida. Que o dia vai nascer. Que vai ser domingo. E que domingo é dia de Deus descansar, deitado na rede, fumando um cigarro, bebendo uma Coca. E que, assim como ele, a gente também vai poder ver o sol meio que de dentro do quarto, pela janela. Só na preguiça. E isso vai ser muito bom. Vai se poder beber muita água. E sentir saudade, mas daquelas boas. E vai poder se agradecer muito pela existência que, apesar de dura, é fresca. É molinha. É doce. Mesmo quando azeda. Mas nem isso importa muito agora. Porque o que mais vai ficar é que, no dia de hoje, a vida vai descer bem pela garganta. Seja na fumaça quente e branca ou nas bolhas geladas e pretas. Um dia essa felicidade vai ser tão tão completa que todo dia vai ser feriado, porque todo dia vai ser que nem domingo. Ou mesmo: todo dia vai ser exatamente um domingo, na forma e no nome que ele tem. E o sagrado vai ser profanamente um dia público e extremamente democrático. Sem privações.

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