(para Felipe Damasceno)
Descobri a palavra certa, a que se encaixa bem na nossa boca. Descobri tua pele da roupa, descobri tua nuca e o teu suor. Descobri um monte de coisa. Descobri a nossa língua, o nosso chão. Descobri teu pescoço e deixei os meus suspiros serem descobertos.
Visitei teus cabelos com meus dedos e tentei descobrir tuas dores. Eram muitas – e eu tentei te curar. Conheci teu tédio e tentei sufocá-lo com um beijo na tua alma. Conheci tua fera e a acalmei com meus braços. E só através de ti, descobri meu porto, descobri meu instinto; descobri uma Nova Granada, o sabor da América.
Descobri meu pensamento e descobri o meu pensamento. E descobri o meu desejo nesse mesmo instante, perdido no meio dos teus monstros, escondido em todos os teus mares.