domingo, 31 de outubro de 2010

Sobre o que é na verdade

Se eles entendessem pelo menos que a minha verdade não é apenas uma verdade inventada ou uma fuga forçada ou até mesmo uma escapatória fingida, eles saberiam que, na verdade, a verdade que é verdade, porque na verdade é minha verdade, é a minha verdade e é por isso que eu grito. E eu grito, porque preciso, porque eu preciso, porque é preciso. E é político, é bárbaro. O castelo, as portas, as nuvens e o sonho. Uma nave espacial. Um astronauta. Algodão doce e papel escrito. Meu cabelo às vezes Gal, às vezes Elis. Caneta mordida. Meia arrastão, barba e saia. Salto alto, óculos de Rita. Coca-cola e Japão. Bette Davis, Jesus Cristo, óculos escuros. Manuel Bandeira. Minha bandeira e meu estandarte. Amigos. Amor. Gays, guerras, girassóis. Sábado. Moiras. Clarice. Jeans e claras em neve. Duas mil quinhentas e três pessoas na rua. Um tipo carnaval. Lápis preto, lápis de cor, lápis azul de olho. Cem. Carne e sexo. Dez. Aquela música do Caetano. Vinte. Meus leões. Anos blue. Minha mãe, meu pai e minha Rosa. Minha tatuagem. Meus avós. Leila Diniz. Maternidade. 1972. Tudo o que em mim é sarará. O sol no rosto resplandecente. É tudo.

2 comentários:

  1. Gosto da forma como escreve, ainda que difira da minha. Inclusive, gostaria de tratar temas seus no meu blog.
    Abraço.
    :)

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