terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Àquele

Como música por baixo da porta, como um sinal, uma esperança, eu te espero aqui, ansiosamente, do outro lado, com a boca sufocada no travesseiro.

Eu te espero com o tempo. Eu te espero nas minhas fronhas. Eu te espero como um destino que, ao certo ou ao acaso, foi traçado. Te espero através dos dias, aqueles que te desenharam nos meus olhos. Te espero na minha boca. Te espero através do teu nome escrito na minha língua, pra que eu possa te pronunciar quando o sol vai dormir e meu quarto vira uma caixa de cimento frio.

Todos os dias eu te respiro. Todos os dias, desde que os meus pensamentos te inventaram, eu te espero. Eu espero assim, sem certeza – com a certeza de que um dia você chega.

5 comentários:

  1. E se ele não chegar...
    Compensa o inferno de esperá-lo.

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  2. Lembrei da nossa conversa de mais cedo sobre aquela utopia. Mas nem chega a ser isso, acho.
    Isso é lindo, e mesmo os apaixanos que tem a paixão recíproca, espera também, sei bem.

    Sorriso.

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  3. Muito lindo os seus textos, as vezes dou uma passada por aqui pra saber o que há de novo. Admiro o que escreves,parabéns!

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  4. É essa ânsia que deve ser aproveitada.
    Se algo está sendo velado, é porque há vontade.
    Espero o tempo.

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  5. Da ânsia do peito brota a Obra.
    A obra somos nós, românticos. Românticos solitários que aproveitam da melancolia para buscar um auto-conhecimento, pra traçar outras cores.

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